A produção do Queijo Minas Artesanal é uma tradição tapirense que remonta aos primórdios da colonização destas terras, tendo sido uma atividade econômica responsável pelo sustento de gerações de famílias.

Com o intuito de perpetuar essa prática, que também pode ser considerada como uma manifestação cultural, a EMATER-MG, mesmo em tempos de pandemia, está promovendo um curso remoto de "Boas Práticas de Fabricação e Boas Práticas Agropecuárias para Queijo Minas Artesanal".

Em obediência a todas as exigências de distanciamento que o momento atual exige, o curso será realizado de forma remota, tendo validade para o IMA no processo de regularização de queijarias. Além da carga horária de 24 horas online, ainda haverá aulas práticas, as quais serão ministradas posteriormente à pandemia.

As aulas abordarão temas como doenças vinculadas ao leite, boas práticas na ordenha, peculiaridades na maturação do Queijo Minas Artesanal, tratamento de efluentes e resíduos da queijaria, legislação atual e legislação ambiental, gestão da propriedade, além de tópicos ligados ao plano de negócios, com destaque para embalagem, rotulagem, comercialização e transporte.

O curso é um pré-requisito para a regularização de queijarias e contará com a participação de cinco agricultores familiares engajados nessa nova realidade de formação com uso de tecnologias digitais.

No final de 2019 a Dona Maria da Padaria recebeu o Certificado de Registro nº 15.496, emitido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) do Governo do Estado de Minas Gerais.

O exemplo da Dona Maria, que atualmente é a única produtora de Queijo Minas Artesanal certificada no município, será seguindo por esses cinco produtores agricultores familiares tapirenses, que farão o curso com o intuito de dar o primeiro passo rumo à certificação.

Um deles, o Sr. Marciano Antônio Venâncio, enfatizou a tradição familiar na produção de queijos e o desejo de aprimorar a prática e se adequar a legislação como forma de incrementar e agregar valor a atividade na propriedade rural de seus pais.

"Venho de uma família que produz queijo e que tradicionalmente vende para os queijeiros da região. Hoje a propriedade produz queijo para consumo próprio e baixo volume para venda ao consumidor. Retornei recentemente para a propriedade e vejo nesse curso uma oportunidade para aprender sobre o queijo, legislação, porque o meu intuito é montar toda a estrutura de forma legal e aumentar a produção da forma correta. Esse curso trará grande benefício para minha família e os demais envolvidos" - declarou o produtor rural Marciano Venâncio.

"É com grande entusiasmo que vemos os agricultores familiares de Tapira engajados em capacitação como ferramenta para alcançar uma melhoria. Esse movimento que estão começando hoje, é o primeiro passo para que, futuramente, venham a pleitear a regularização das suas queijarias. Isso garante que estarão entregando ao consumidor final a segurança alimentar dos seus produtos, seguindo parâmetros da atual legislação vigente. Diferentemente de outros cursos que foram ofertados pela EMATER-MG em módulos 100% presenciais, esse formato remoto é um desafio para nós equipe e para os produtores, que se encorajaram nesta nova modalidade de treinamento. Em Tapira, são cinco famílias que participam do curso de boas práticas de fabricação e boas práticas agropecuárias, e que serão beneficiadas pela valorização dos seus queijos. Assim, a Emater-MG continua cumprindo seu papel de orientação e apoio ao produtor na organização documental e assistência técnica" - explicou a Sra. Lilian Cristina Andrade de Araújo, extensionista da EMATER-MG em Tapira.