A tragédia ocorrida em Brumadinho, onde na última sexta-feira (25) uma barragem da empresa Vale se rompeu e colocou aquela cidade em situação catastrófica, deixando mortos, feridos e desaparecidos fez com que os tapirenses também ficassem literalmente de "orelha em pé", uma vez que o município também possui barragens de rejeitos.

Se em termos técnicos não existe nenhuma informação, pelo menos que tenhamos conhecimento, de que outro episódio como este possa se repetir em Tapira, no imaginário popular o medo e a incerteza povoam boa parte de seus pensamentos. Ainda mais quando adicionamos ao exercício de pensar a informação de que a barragem em questão é quatro vezes maior que a de Mariana, que tinha quatro vezes o volume de Brumadinho, ou seja, a barragem de Tapira teria 16 vezes o volume da barragem de Brumadinho.

Sabe-se que os contextos são diferentes e que, no caso de Tapira, um eventual rompimento da barragem não atingiria a cidade, mas não se sabe ao certo o prejuízo ambiental que causaria e até onde deixaria seu rastro de destruição. Sem contar que atingiria a principal estrada que dá acesso à cidade, que liga Tapira à Araxá, e criaria muitos problemas como dificuldades de deslocamento e abastecimento.

A Prefeita Municipal, Liliane Machado Costa Venâncio, ainda no início da tarde do sábado (26), postou em uma rede social a informação de que "ainda na sexta-feira (25) entrei em contato com a mineradora instalada no município e pedi os relatórios que comprovam a segurança das barragens e os mesmos se comprometeram de estar nos enviando".

Em outro post, no grupo de whatsapp da "Segurança Pública", criado em Tapira para auxiliar nos trabalhos da Polícia Militar, uma colaboradora da empresa deixou a seguinte mensagem, "Pessoal, estamos recebendo as manifestações de todos para tratativa. Meus contatos telefônicos estão à disposição. Realizamos conversas telefônicas com representantes das comunidades mais próximas das barragens de CMT na sexta-feira e no sábado. Estamos trabalhando para esclarecer todas as dúvidas".

O Tapira Teen também entrou em contato com a empresa e solicitou a divulgação de uma nota com um posicionamento oficial da empresa, pleito este que será analisado pela mesma.

Relatório de Seguranças de Barragens, produzido anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA) e divulgado em outubro de 2018 apontou que cinco barragens mineiras estavam classificadas como em situação de alto risco (duas em Nova Lima, duas em Rio Acima e uma em Ouro Preto). Nota-se que Tapira não possuía nenhuma barragem nesta situação, mas Brumadinho também não.

É bom que se deixe claro que ninguém está acusando a empresa mineradora de nada. Apenas existe uma preocupação quanto à segurança das barragens, ocasionada pelos recentes e tristes episódios ocorridos em Mariana e Brumadinho.