Foi realizada na quinta-feira (14) a reunião de lançamento do Projeto Mananciais Tapirenses, que visa promover a produção de água na microbacia do Córrego da Capivara, um dos principais afluentes do Rio Araguari no município de Tapira.
Marcaram presença na reunião a Prefeita Liliane Machado Costa Venâncio, vereadores, representantes do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, Polícia Militar Ambiental, Mosaic, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), da ARTAP, SIRUT, EMATER, CODEMA, secretários municipais, sociedade civil e vários produtores rurais.
O Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Gustavo Siqueira Barcelos, abriu o evento e explicou a motivação do projeto.
"O Projeto Mananciais Tapirenses surgiu porque várias pessoas da administração municipal percebiam que a questão da água deveria ser abordada de forma urgente no município. As constantes secas dos últimos anos e o abastecimento da cidade nos fizeram refletir sobre o tema e encontramos no edital da Agência Nacional de Águas uma oportunidade única de contribuirmos com o município" - explicou Gustavo Barcelos.
Para engrandecer o evento e contextualizar os produtores rurais sobre o seu objetivo e funcionamento, esteve em Tapira o Sr. Dirceu de Oliveira Costa - Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Alto São Francisco - que acompanha de perto a execução de diversos projetos similares no estado de Minas Gerais.
Dirceu está envolvido em 11 dos 60 projetos Produtores de Águas em curso no país. Esse projeto é financiado pela ANA (Agência Nacional de Águas) e deu exemplos práticos de como funciona, ainda tirando dúvidas dos produtores presentes.
"Esse não é um programa assistencialista e sim de prestação de serviços ambientais, onde o produtor rural recebe por aquilo que ajuda a preservar. Acompanho vários projetos similares a esse e a cada dia vejo a sua importância. Precisamos premiar o produtor rural que efetivamente cuida da água, pois é ele que garante que as cidades rio abaixo sejam abastecidas" - enfatizou Dirceu.
Dúvidas sobre as áreas de intervenção surgiram, bem como da fiscalização das mesmas. Nesse momento Dirceu esclareceu que a ideia do programa não é confiscar áreas e nem punir o produtor rural. Pelo contrário, é incentivá-lo a preservar.
"Quando a gente começa com o programa o produtor rural fica meio cismado. Será que vão me impedir de continuar criando o gado ou plantando a lavoura? Será que esse pessoal vem aqui prá ver o que está errado e me denunciar na polícia ambiental? Para ficar bem claro: O produtor escolhe se deseja ou não participar do projeto ou se permite ou não cercar uma nascente, fazer uma Barraginha (bolsão), ou mudar uma estrada. Nada é obrigatório! Se ele aceita a propriedade continua sendo dele, podendo o mesmo continuar com suas atividades econômicas. Quanto à punições a intenção do projeto é o oposto. Entendo que melhor do que multar é conscientizar. Na verdade o projeto vai é evitar que o fazendeiro seja multado, pois vai incentivá-lo a conviver da melhor maneira possível com o meio ambiente, de forma sustentável"
A Prefeita Liliane Machado Costa Venâncio comemorou esse primeiro passo no projeto e deixou clara a sua parceria em tudo quanto for necessário par a sua boa execução.
"Neste dia damos o pontapé inicial de um projeto que temos certeza que deixará incontáveis frutos. Cuidar da água é garantir que as novas gerações tenham acesso a esse bem que nós tivemos em abundância, mas que acabará se ações como esta não começarem a ser executadas Brasil a fora. Parabenizo toda a equipe envolvida no projeto e deixo claro que a Prefeitura será parceira em todas as ações" - palavras da Prefeita Liliane Venâncio.
O Mananciais Tapirenses surgiu da aprovação de proposta tapirense no edital do Projeto Produtor de Águas da ANA, ainda no ano de 2017, onde conseguiu uma colocação de destaque. 187 propostas concorreram e o 16º lugar alcançado colocou o município a frente de cidades com equipes muito competentes na elaboração de projetos, como é o caso de Campinas (21º), Teófilo Otoni (22º), Mogi das Cruzes (25º), Jundiaí (28º), Montes Claros (29º) e até Camanducaia (32º) - um dos mananciais que abastece a capital paulista.