As cidades de Araxá, Tapira e Poços de Caldas estão encravadas no interior de antigas crateras vulcânicas, sendo perceptível até hoje esta constatação visual principalmente em Tapira (rodeada por morros) - situação apontada por um estudo publicado pela Agência FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
O artigo, que procura atar três peças basilares desse quebra-cabeça colossal, as três bacias geológicas que sustentam a porção Centro-Sul do território brasileiro, acaba de ser publicado no Journal of South American Sciences. Um de seus autores é o geólogo Alessandro Batezelli, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O projeto teve o apoio da Fapesp.
Segundo a publicação, durante o Cretáceo inferior, na Bacia Sanfranciscana (que engloba o oeste de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e o oeste da Bahia, estendendo-se até o sul do Piauí) se desenvolveram campos de dunas eólicas. Dezenas de milhões de anos depois, já no Cretáceo superior, também aconteceu vulcanismo. "Bem no limite entre as bacias Bauru e Sanfranciscana se formaram diversos vulcões”, revela Batezelli pautado em sua pesquisa. “Eles apresentaram um extravasamento bem menor do que o vulcanismo que deu origem à Serra Geral, porém foram responsáveis por formar uma região mais elevada entre as Bacias Bauru e Sanfranciscana. Foi como se a crosta inchasse por causa do calor das intrusões magmáticas."
Seu relevo é perceptível até hoje, nas crateras no interior das quais estão as cidades de Araxá, Tapira e Poços de Caldas. "As grandes jazidas de nióbio e fosfato assim como outras riquezas minerais do sudeste de Minas Gerais estão relacionadas a este vulcanismo." - finalizou.
Para ler a íntegra do artigo clique aqui.
Foto de capa cedida pela Top View Imagens Aéreas