O início do ano de 2004 foi primordial para que, através de um conflito de ideias entre o treinador Cleber Lellis e a equipe que treinava na oportunidade, o Juventude Explosiva retornasse ao cenário esportivo depois de alguns anos sem disputar torneios e estreasse na competição que o transformaria de vez em um dos times mais vencedores da história esportiva de Tapira.
"Em 2003 eu treinava outra equipe e tentei renová-la com jogadores mais jovens, mas essa proposta não foi aceita e, então, decidi resgatar o Juventude, que estava parado há algum tempo, uma vez que já havia alguns anos que os campeonatos municipais não eram realizados. Enxerguei essa oportunidade de resgatar o Juventude com atletas bastante jovens, que se encaixavam perfeitamente na minha filosofia de trabalho. A inscrição no Ruralão 2004 com uma equipe que era a cara do Juventude foi a oportunidade que vi para convidar esses novos talentos para compor as fileiras do time e, assim, começarmos a escrever uma das mais lindas histórias do futebol tapirense" - confidenciou Cleber Léllis.
Depois de recordarmos o contexto em que o Juventude começou a disputar o Ruralão, vamos direto pra o dia 21 de agosto de 2005. Esse dia vai ficar para sempre marcado na memória de todos aqueles que, ao longo dos anos, envergaram a camisa do Juventude Explosiva ou se dedicaram a torcer por essa equipe tão emblemática.
Foi nessa data que a equipe levantou a primeira taça do torneio no qual marcaria época e escreveria uma das mais lindas histórias esportivas de Tapira e região.
Aquele domingo vai prá sempre ser lembrado como o dia em que o Juventude Explosiva conquistou o seu primeiro Ruralão, batendo o time do Itaipú pela contagem mínima - 1x0, no Estádio Municipal Fausto Alvin, na cidade de Araxá.
A equipe havia perdido a primeira partida da finalíssima por 3x2 e presisava de uma vitória simples - por pelo menos um gol de diferença -, uma vez que possuía a melhor campanha e a vantagem de ser campeão obtendo dois resultados iguais.
No entanto, a lembrança do Ruralão 2004, quando o tão almejado título escapou nos últimos instantes, fez com que essa partida tivesse requintes de muita emoção, como qualquer jogo decisivo, mas também de extrema angústia, pelo fato de o passado, ainda estar tão presente na memória. Angústia essa que era potencializada pelo placar apertado e pela dificuldade imposta pelo adversário, que vendeu caro a derrota.
"Foram dias muito angustiantes entre a primeira final, quando perdemos de 3x2, e a segunda, em que precisavamos vencer para sermos campeões. Foram dias que pareciam anos. Quando o jogo decisivo começou acho que todos nós tinhamos a certeza de que poderíamos levantar a taça, mas a lembrança de 2004 fez com que a tensão foi gigantesca até o juiz apitar o final do jogo. No fim foi uma emoção indescritível. Para mim foi a principal conquista que tivemos" - destacou Cléber Lelis.
"O Juventude dominou todo o primeiro tempo e teve posse de bola muito superior ao adversário, mas curiosamente as chances mais perigosas de gol foram do Itaipu, que viveu de alguns contrataques.
O gol do Juventude saiu aos 14 minutos com o canhoto Ney cobrando uma falta pelo lado direiro de ataque e a bola resvalou no zagueiro Éder Marcega antes de acertar a trave direita. No rebote Biro-Biro chutou forte e estufou as redes do Itaipu, sem chances para o goleiro Hudson.
Após conseguir o gol , o Juventude passou a ir ao ataque com menos frequencia e o Itaipú tentava empatar, mas desordenadamente não conseguia sequer levar perigo ao goleiro Jadir. A raça e a dedicação do time tapirense prevaleceu e aos 48 minutos do segundo tempo veio o apito final do jogo. A partir daí foi só festa e comemoração dentro do gramado do Estádio Fausto Alvim, que foi invadido pela torcida do Juventude." - contou o Jornal o Tapir na época.
A equipe do Juventude entrou em campo escalada com Jadir; Jadirão, Katiano, Joãozinho e Wellington; Wélcio, Batata, Asprila e Ney; Ivair e Biro-Biro.
Coube ao capitão Welcio erguer o troféu que marcou o início das conquistas do Juventude Explosiva no Ruralão.