O Tapira Teen vai hoje relembrar a época em que Tapira teve um cinema. O texto, adaptado em poucos trechos para o leitor identificar melhor as localizações nos dias atuais, é do Jornal O Tapir, que veiculou a reportagem em junho de 2004, na sua edição de número 23.

Veja abaixo:

Muitos tapirenses não sabem, mas o cinema já fez parte da história de Tapira. O público que assistia aos filmes saía satisfeito da sala em que funcionava o cinema. Quem contou mais sobre a história do cinema em Tapira foi o proprietário da época, o saudoso Sr. Evandro Teixeira de Carvalho. Com 73 anos de idade à época e residindo em Araxá, Sr. Evandro contou um pouco da época em que os filmes eram exibidos na cidade.

O ano é de 1976. Uma pessoa com uma visão empreendedora e cultural decide alegrar o dia a dia do povo de sua terra. A ousadia foi tão grande que deu certo. O cinema tomou conta de uma antiga sala do antigo casarão que ficava na Rua Jovino Gomes de Menezes, em frente à casa lotérica da cidade (onde atualmente se encontra a agência do SICREDI).

A movimentação era boa, diz Sr. Evandro. O cinema funcionou na cidade de 1976 a 1978, tempo suficiente para deixar sua marca na história de Tapira. Os filmes mais badalados da época eram "Tarzan" e as mímicas de "Charles Chaplin". Trazidos das cidades de Ribeirão Preto e São Carlos, interiores de São Paulo, os filmes eram inéditos na região. Com a espessura de 16mm eram colocados em uma máquina que projetava a imagem em uma tela grande.

Os dias de funcionamento eram as quartas, sábados e domingos. As sessões ficavam lotadas devido ao grande número de pessoas que estavam hospedadas em Tapira, na época da construção da Valep (atual Fosfértil) - hoje Mosaic Fertilizantes. Sr, Evandro lembra que vendia cerca de 280 refeições por dia na lanchonete de sua propriedade. A lanchonete Xambioá funcionava no mesmo lugar do conhecido "Bar do Anedino" - hoje Altitude Restaurante e Espetaria -, quase ao lado do cinema.

Esta época já passou em Tapira e a saudade já está no coração daqueles que sempre assistiam aos filmes que por aqui eram exibidos. Hoje, com a evolução da tecnologia, desenvolvimento da televisão, vídeos e DVDs, será muito difícil que o cinema seja reativado em nossa cidade.

Mas, para a sociedade de uma época em que a televisão era recente no meio em que vivia, o cinema foi o momento de glória daquela geração que teve o prazer de presenciar e fazer parte dessa história cultural.

O Jornal O Tapir, editado pelo jornalista tapirense Wander Márcio de Rezende, foi um pioneiro veículo de comunicação do município durante 10 anos. De 2002 a 2012 ele levou informação à população e também teve a missão de resgatar a história da cidade, como comprova o texto acima.