O município de Tapira completa 60 anos nesse dia 1º de Março e sua população se enche de alegria pelas seis décadas do reconhecimento de sua soberania.

Encravada em uma região de relevo montanhoso, que ilustra tão bem a alcunha de alterosas que o estado de Minas Gerais possui, sua altitude privilegiada faz de Tapira um lugar de clima ameno, paisagens ao mesmo tempo bucólicas e desafiadoras e um terreno fértil para o agronegócio.

As montanhas íngremes e imponentes são muito bem representadas na figura da Serra do Boqueirão, exuberante formação rochosa que fica a cerca de 2,5 km da cidade. Ela é um dos mais belos cartões postais de Tapira.

Estas elevações rochosas ocasionam um cenário propício para a ocorrência de belíssimas cachoeiras, como a dos Evaristos, Bandeirantes, Carlos, Perobas, Lages e Nute - cujas aguas se lançam morro abaixo e geram lindas paisagens.

A economia do município se baseia em dois pilares principais: a mineração do fosfato - onde a jazida de Tapira é a maior da América Latina - e o agronegócio - cuja bacia leiteira tem se tecnificado bastante e as já tradicionais culturas da batata, café, milho soja e feijão, que hoje contam com a companhia cada vez maior do alho, trigo e da fruticultura.

60 anos após a emancipação do município o homem do campo ainda é figura preponderante na economia e na cultura local. Além da vocação para o agro, o campo ainda contribui com boa parte dos costumes. Os desfiles de carros de boi ainda são muito presentes e a cavalgada e a folia são tradições em festas religiosas e comemorações. Essas três manifestações culturais já eram catalogadas nos primórdios da povoação de Tapira e permanecem vivas no cotidiano. Além disso, não se pode deixar de exaltar a EXPOTAP, a maior festa do município, que tem total ligação com o homem do campo.

Os principais pontos turísticos do município são locais que representam a história de Tapira, como o Casarão da Mariinha Barcelos, a Praça Antônio Venâncio de Souza, o Engenho e as igrejas Matriz de São Sebastião e do Rosário - primeira edificação da cidade.

Seu rico subsolo, seu clima ameno, sua altitude elevada, seu relevo acidentado, suas belas cachoeiras, sua abundância de oportunidades e, principalmente, seu povo acolhedor, fazem de Tapira um lugar único.

Parabéns Tapira pelos seus 60 anos de emancipação política!

Um pouco da História de Tapira

O topônimo, Tapira, originou-se de Tapir (Anta), palavra de origem indígena, animal outrora existente em grande quantidade na região.

Sua história confunde-se com a de Sacramento e de Araxá, pois, seu território está entre os núcleos que se formaram de um ponto principal que é Vila de Desemboque, berço de toda a civilização do Sertão da Farinha Podre (Atual Triângulo Mineiro).

Pela tradição oral, tinha os índios Araxás como seus primitivos ocupantes na região dos planaltos de Araxá, de onde se desmembrou Tapira. Essa região compreendia terras férteis, que escondiam também metais e pedras preciosas.

Cumprindo as determinações oficiais foram desbaratados os Araxás, o que possibilitou a vinda dos colonizadores oriundos de São João Del Rey, São Bento do Tamanduá (atual Itapecerica), Pitangui e outros centros. Sua origem remonta-se aos idos de 1870, sendo considerado seu fundador Pedro Assunção e Sousa. Também conhecido como Tio Pedro, Pedro Assunção levantou um cruzeiro fincado em um morro da fazenda Capão Escuro, com ajuda de escravos e vizinhos.

Aquele cruzeiro viria a ser marco inicial da fundação da atual cidade de Tapira, primeiramente denominada Arraial das Antas. Ao pé daquela cruz rezava-se o terço no primeiro domingo de cada mês assistido por pessoas vinda de toda a região. Como as terras eram férteis, inúmeros daqueles visitantes acabavam por fixar à volta do cruzeiro, construindo suas moradias e se dedicando às lidas agrícolas, isto no início do Século XX.

Ali encontrava-se, desde o evento da Lei Áurea, o ex-escravo Lázaro e sua família, sendo seu primeiro morador, enquanto o senhor Pedro Assunção e Sousa é apontado como fundador do povoado.

A família Peres, tendo como chefes João e Manoel, veio a seguir, colaborando com Lázaro na expansão agrícola do território e no crescimento do Arraial das Antas, quando se tornou como distrito de Tapira em 1923, pertencendo ao município de Araxá.

Em 1938, passou a pertencer ao município de Sacramento.

Em 1962, foi emancipado como município de Tapira.

A instalação do município se deu no dia 1º de Março, pelas mãos de Raimundo Tibúrcio Henriques - intendente nomeado pelo então governador de Minas Gerais - José de Magalhães Pinto - para instalar e governar provisoriamente o município até que o primeiro prefeito eleito tomasse posse.

O Chefe da Comissão Emancipadora de Tapira foi Egídio Ribeiro de Rezende, que veio a falecer meses antes e não chegou a presenciar a instalação do município. Também foi de autoria do Sr. Egídio o primeiro mapa do distrito, peça utilizada para instruir o processo de emancipação.

Conta a história que um dos itens da programação da cerimônia de instalação do município foi a visita ao túmulo do Sr. Egídio, onde foi pronunciado emocionante discurso por Eurípeds Craide - então vereador da cidade de Uberaba.

A Missa em Ação de Graças nesse dia foi celebrada pelo Padre Anacleto Girardi, da cidade de Araxá.

A honra de ser o primeiro governante eleito de Tapira foi dada a Antenor Ferreira Goulart, empossado em 30 de agosto de 1963, após vencer as eleições de 30 de junho do mesmo ano.

Com informações do livro História de Tapira e da Revista do Arquivo Público Mineiro, da Secretaria de Cultura de Minas Gerais e Assembléia Legislativa de Minas Gerais.