Neste domingo (05) começou a Semana Santa para os cristãos católicos. De uma forma diferente, mas com um chamado maior ainda à oração e à conversão, os católicos, que embora não possam se reunir, se unem em oração, e de suas casas, meditam os mistérios dessa reta final do tempo quaresmal.

Em verdadeiro cativeiro físico por força da perigosa ameaça do Covid-19, que tem avançado mundo afora e feito inúmeras vítimas, os verdadeiros cristãos católicos tem tido a oportunidade de se reinventar e buscar a Deus onde Ele mesmo sempre disse que estaria: "na voz do silêncio".

Na Paróquia de São Sebastião de Tapira, vários fiéis enfeitaram as portas, varandas e sacadas de suas casas com ramos para relembrar a passagem do Domingo de Ramos, data em que se celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho - o símbolo da humildade - e sendo aclamado pelo povo simples que O aplaudia como "Aquele que vem em nome do Senhor".

Em sua homilia na Missa de Ramos celebrada no Vaticano, o Papa Francisco deixou a seguinte mensagem:

"Quando nos sentimos encurralados, quando nos encontramos num beco sem saída, sem luz nem via de saída, quando parece que nem Deus responde, lembremo-nos que não estamos sozinhos. Jesus experimentou o abandono total, a situação mais estranha para Ele, a fim de ser em tudo solidário conosco. Fê-lo por mim, por ti, por todos nós; fê-lo para nos dizer: ‘Não temas! Não estás sozinho. Experimentei toda a tua desolação para estar sempre ao teu lado. Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expetativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: 'Coragem! Abre o coração ao meu amor. Sentirás a consolação de Deus, que te sustenta'".

Acostumados a se reunir nos templos católicos e, em centenas ou milhares de pessoas, recordarem os mistérios da paixão morte e ressurreição de Jesus Cristo, nessa Semana Santa os fiéis têm um chamado ainda maior, capaz de fazê-los repensar a trajetória de vida e a necessidade de conversão imediata e, principalmente, em realmente acreditar em Jesus como o único senhor e salvador.

Se em tempos idos as igrejas várias vezes pareciam um desfile de moda, ou mesmo um evento social, dessa vez os templos estão vazios e os cristãos são convidados a serem templos vivos do Espírito Santo. Algo que vários profetas vivenciaram: a necessidade de cultivar a fé sem poder comungar do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, também está sendo revivido agora. Um povo que tinha a oportunidade de caminhar com Jesus Eucarístico todos os dias e, assim como os judeus contemporâneos do Cristo, várias vezes o relegou a segunda, terceira, quarta, ou enésima opção, desta vez não pode acessar o grande milagre de comungar Jesus Vivo!

São verdadeiramente tempos difíceis, principalmente para aqueles que tiveram experiências de cura e libertação através da Eucaristia! Mas o exemplo que o Senhor Morto na Sexta-Feira da Paixão deixou ao ressuscitar no Domingo de Páscoa impele os fiéis a acreditar que dias melhores virão, que seres humanos melhores podemos nos tornar!