Na última segunda-feira (29) um grupo de representantes da política local, liderado pela Prefeita Liliane Machado Costa Venâncio esteve em São Paulo para se reunir com a diretoria da empresa Mosaic Fertilizantes.

Em primeira mão, segundo a Prefeita Liliane Venâncio, a empresa informou que a paralisação de suas operações no Complexo de Mineração de Tapira será em torno de 120 dias, podendo postergar ainda mais o reinício das atividades.

A informação fez com que uma ação que já estava em fase de planejamento dentro da Prefeitura toma-se ainda mais corpo e começasse a ser implementada visando o equilíbrio das contas diante dessa nova realidade financeira.

"Mediante a informação sobre o extenso prazo em que a empresa terá suas atividades paralisadas já começamos nesta quinta-feira (02) a colocar em prática um plano de contingenciamento de despesas, buscando otimizar os gastos. Nesse primeiro momento tentaremos manter todos os serviços, mesmo que em uma intensidade menor, mas temo que se a crise perdurar mais teremos que tomar medidas ainda mais duras" - explicou a Prefeita Liliane Venâncio.

A previsão de queda de arrecadação levando-se em consideração a média do CFEM seria de R$ 550 mil mensais - como o período é de quatro meses o montante deverá chegar a R$ 2.200 mil.

Além disso, a paralisação das operações deve causar um impacto ainda maior no ICMS dos dois próximos anos, que é a maior fonte de arrecadação do município. Em reportagem veiculada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais o Prefeito de Brumadinho se mostrou desesperado com os impactos econômicos da paralisação das atividades da Vale naquela cidade.

Após 2015, Mariana, na região Central do Estado, passou por problema semelhante. Na época, a barragem de Fundão, operada pela Samarco, controlada pela Vale, se rompeu, encerrando o repasse do Cfem da empresa ao município. "Brumadinho pode esperar avalanche de problemas financeiros. Além de ficarem sem a Cfem, o dinheiro dos trabalhadores vai minar, o comércio vai sentir muito e o ICMS vai despencar", previu o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, relembrando o impacto do efeito cascata.

A título de comparação, ele ressalta que, em Mariana, o ICMS caiu de R$ 11,8 milhões em 2015 para R$ 4,5 milhões em 2018 (-61,86%).

"Diante deste contexto não há como não se tomar atitudes contundentes. Já estamos nos reunindo com cada secretário e otimizando serviços e revendo contratos nesse primeiro momento. Vamos começar a tomar medidas imediatamente para tentar diminuir os impactos, pois sabemos que o desafio será gigante" - finalizou a Prefeita Liliane Venâncio.