Principal alimento da criança quando nasce, o leite materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Mas e depois? Muitas mães têm dúvidas sobre como e quando incluir novos alimentos na dieta dos filhos. Que tipo de alimentos oferecer nos primeiros meses de vida? Como criar hábitos saudáveis nos pequenos? Joice Mara Diniz Xavier, nutricionista do Núcleo de Promoção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), afirma que a mulher deve iniciar a amamentação logo após o parto. "O leite materno é completo e funciona como uma verdadeira vacina, protegendo de muitas doenças. Amamentar deve ser uma prática frequente, dia e noite. Água, chá ou outros alimentos não devem ser oferecidos", destaca. Porém, depois dos seis meses, a amamentação precisa ser complementada com outros alimentos. Deve-se acrescentar uma refeição salgada e porções de fruta, mas a amamentação pode continuar até dois anos ou mais. Segundo a nutricionista, o contato inicial com novos alimentos é muito importante para a criança, pois "a introdução de novos alimentos na dieta do bebê irá ajudar a definir os hábitos alimentares do futuro adulto". A introdução da alimentação complementar deve ser gradual. Se feita de forma precoce - antes do 6° mês - pode causar problemas à saúde do bebê, como sobrecarga renal, alergias alimentares, alteração da flora intestinal e infecções, risco de desenvolver doença celíaca e superalimentação. Por outro lado, a introdução tardia de outros alimentos também pode provocar deficiências nutricionais, retardo do crescimento, deficiência imunológica e desnutrição. "A mãe precisa ter muita paciência. Os alimentos devem ser introduzidos um a um, com intervalos de três a quatro dias. A rejeição no primeiro contato com o sabor é comum. Muitas vezes, há a necessidade de várias tentativas, até que a criança identifique e aceite o novo sabor. Se depois disso a criança ainda rejeitar o alimento, é porque não gosta dele", explica Joice. A mudança de textura dos alimentos também deve ser feita de forma gradativa. Alimentos bem cozidos e peneirados devem ser introduzidos depois dos seis meses e oferecidos até os oito meses. Logo após o oitavo mês, os alimentos podem ser oferecidos mal amassados ou com pedacinhos. "A alimentação deve ir ficando cada vez mais sólida. Finalizado o primeiro ano de vida, a criança conhece todos os grupos alimentares com seus gostos, sabores e texturas. Nessa fase é preciso ter mais cuidado com a água, já que a necessidade hídrica aumenta", diz a nutricionista. Uma boa papinha é feita com cuidados e atenção em relação aos componentes nutricionais. Para ser completa, precisa variar os tipos de alimentos e incluir, principalmente, proteína, ferro, zinco e vitamina A. A mãe pode utilizar cereais como arroz e milho, devendo evitar os integrais, associados com legumes. Tubérculos como batata, inhame, mandioca e batata-doce complementam a energia dos cereais. Leguminosas como feijão, lentilha, ervilha e soja podem ser amassadas para o bebê. Hortaliças como cenoura, abóbora, couve, agrião e couve-flor podem aparecer à vontade na dieta. Carnes com baixo teor de gorduras, como a bovina e a de frango, podem ser oferecidas, porém, é aconselhável evitar carne suína e peixe. As frutas em forma de suco ou papas devem ser oferecidas nos intervalos das mamadas ou como complementação a refeição de sal. Alimentos ricos em fibras e taninos (chá), alimentos industrializados (aditivos/corantes), mel, refrigerantes/açúcar, café e alimentos potencialmente alergênicos como tomate, clara de ovo, mariscos, amendoim, farinha de trigo, leite e carne de porco devem ser evitados. É importante evitar também alimentos crus e integrais nos primeiros anos de vida do bebê. Em relação a gorduras e sal é necessário ter cuidado, eles não devem ser utilizados em excesso no preparo dos alimentos. (fonte: agenciaminas.mg.gov.br)